Thursday, December 23, 2004

"4 anos nem uma licenciatura é"

Esta frase dita por uma aluna do iseg, daria para várias discussões (por exemplo o processo de bolonha) mas o meu intuito neste momento é falar de pessoas que se eternizam no ensino superior sem que para isso tenham algum motivo válido (trabalhadores-estudantes, problemas de saúde etc).

Eu acredito que devemos criar icentivos de modo a que estes alunos a concluam a licenciatura. Pelo menos numa primeira fase a ideia da exclusão não me agrada, até porque estes estudantes passaram por um processo de mérito que lhes deu acesso ao ensino superior.

Os incentivos que se devem criar, têm de forçosamente aumentar o custo de estar mais um ano a estudar. Pelo que temos observado, o simples pagamento de mais um ano de propinas não é suficiente (custo marginal constante). O estudante deve então de pagar aquilo que é normal mais uma penalização pelos custos inerentes de congestionamento e outros (custo marginal crescente). Esta deve ser exponencial, visto que um ano de atraso pode ser normal (os professores não são perfeitos, por causa de uma cadeira que ficou para trás no ultimo ano etc), de modo a penalizar mais quem se eterniza e penalizar muito pouco ou nada quem se atrasou um semestre/um ano.
É necessário ter em conta o tipo de incentivos que traz para as escolas, mas penso que isso poderá ficar acautelado com a relação exponencial e com incentivos às saidas e colocações profissionais dos seus formandos.

6 Comments:

Blogger JTF said...

Eu já estive no ISEG há uns anos, já escrevi no velho O Quelhas e pertenci vários anos à tal lista do E maiúsculo.

Recentemente voltei a pensar em Ensino Superior com alguma profundidade (como já não pensava desde o tempo que estive na AEISEG, na Ass. de Representantes ou mesmo fora desses organismos, mas ainda na escola). O resultado dessa reflexão está aqui:

http://queimadonomomento.blogspot.com/2004/12/reflexes-sobre-o-ensino-superior.html

Se tiverem curiosidade, cá vos espero! Mas desde já vos digo que, em minha opinião, os mecanismos de combate à eternização dos estudantes já existem e não são, nem devem ser, monetários, mas sim pedagógicos - o regime de prescrições e as regras da acção social escolar, p.e..

December 27, 2004 at 6:24 PM  
Blogger Nanita said...

Fico chateada... com certeza que fico chateada!

Sniff.. oh pra mim aqui há mais tempo do que o que devia!

January 7, 2005 at 10:14 AM  
Blogger fredssilva said...

Esta é sem dúvida uma questão de enorme importância e que deve ser entendida no seu sentido mais amplo: a valorização do ensino superior.
Em primeiro lugar, gostaria de dizer que concordo perfeitamente com JFT quando diz que os mecanismos não devem ser de natureza monetária. Deixemos a justiça fiscal e redistributiva para a tão adiada e prometida reforma fiscal (isto dava outra discussão!)
No meu entender, as faculdades devem lutar pela excelência, tanto ao nível do corpo docente, como dos alunos.Chega de mediocridade! A mim, pessoalmente irrita-me imenso a ideia de existirem pessoas que se eternizam no ensino superior. Obviamente que se verificam excepções (doenças, trabalhadores-estudantes, etc.) Contudo devemos pegar no exemplo mais flagrante: o típico aluno assíduo e pontual para a cartada, mas que subitamente desaparece quando chega o período de exames...
Para este conjunto de índividuos vejo apenas uma solução (e perdoem-me a posição extremista): a EXCLUSÃO!
Primeiro caso: alunos que não vão aos exames e que não apresentem justificação válida para tal teriam apenas 2 anos para alterar esta situação. Todos sabemos que a transição para a realidade académica pode incentivar a baldas e irresponsabilidades, mas tudo o que seja por mais de 3 anos parece-me excessivo, tanto em termos de consciencialização pessoal, mas também ao nível do investimento que o Estado realiza por aluno universitário - temos de recordar que as vagas são limitadas e que existe um custo de oportunidade enorme ao manter este género de alunos no ensino superior.
Segunda situação: alunos que até fazem exames, mas ao ritmo de 1 ou 2 por ano. Neste caso, a solução passaria pela definição de um intervalo temporal que poderia ser de 4 anos mais dois (tempo que deveria permitir a conclusão de uma licenciatura e meia). Findados estes 6 anos e face ao aproveitamento escolar apresentado e à (in)existência de factores de força maior responsáveis por esse atraso, a exclusão parece-me a ser válida! Esta medida seria complementada com a elaboração de rankings universitários. Todos sabemos que os cursos apresentam graus de dificuldade distintos, pelo que um aluno de Medicina deverá ter uma maior tolerãncia face a um aluno de uma ciência social qualquer. Desta forma, o intervalor seria mais flexível e mais justo.

O que quero com isto dizer é que a consciencialização individual e colectiva é fundamental e sempre que esta não se verifique não teremos de ser todos nós a suportar o custo de oportunidade acima referido.

January 9, 2005 at 8:15 PM  
Anonymous Anonymous said...

Depois de ler o teu post não pude ficar indifernte. Principalmente porque esta situação revela o quanto precario é o nosso sistema de ensino, principalmente o do ensino superior. Para explicar a minha ultima frase, passo dizer que o ensino superior francês tem um bom icentivo para os estudante que teimam em não sair da faculdade, como por exemplo: só é permitido aos estudantes reprovarem dois anos lectivos... Não seria este um bom sistema de icentivo??

Nanete Gomes

January 14, 2005 at 10:42 PM  
Blogger Rui said...

Para licenciaturas de quatro anos concordo, para licenciaturas de 5 anos penso que 2.5 anos seria mais adequado.
Obviamente com resalvas para os trabalhadores-estudantes, pessoas com doenças/deficiencias etc. (cada vez menos concordo inclui nesta categoria os dirigentes associativos)

É uma forma de aumentar o custo marginal de reprovar.

January 14, 2005 at 10:49 PM  
Anonymous Anonymous said...

FAZES BEM ESPERO QUE CONTINUES....É SEMPRE BOM VER GENTE QUE SE INTERRESSA PELOS OUTROS.......OBRIGADO....POR LUTARES PELOS OUTROS

March 23, 2006 at 8:09 PM  

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